Tibet.net April 25, 2023

Dharamshala: Em uma declaração conjunta publicada no dia 21 de abril, um grupo de 35 acadêmicos de estudos tibetanos de todo o mundo criticou e condenou veementemente a cobertura de mau gosto da mídia sobre a interação de Sua Santidade o Dalai Lama com um jovem indiano em um evento público, chamando-a de um “ataque mal-intencionado” à autoridade de Sua Santidade o Dalai Lama e aos sentimentos da comunidade tibetana, bem como à comunidade budista global.

A declaração também adverte as redes globais de notícias a realizarem uma investigação minuciosa das fontes de suas informações antes de disseminarem informações sobre assuntos delicados como este, e insta a mídia a decodificar cuidadosamente o contexto do vídeo mais completo, especificamente à luz do contexto cultural tibetano, onde é uma forma tradicional de saudação comumente reconhecida. Além disso, apela para que a grande mídia leve escrupulosamente em consideração a santidade do voto de celibato vitalício com o qual Sua Santidade se comprometeu.

“É bem sabido que o atual Dalai Lama é fisicamente brincalhão com muitas das pessoas que encontra, de todos os status, idades e gêneros, inclusive quando abraçou e fez cócegas sob o queixo do arcebispo Tutu com humor e amizade”, diz a declaração, que rejeita ainda o uso indevido do movimento #metoo para impor conotação sexual a uma troca genuína de afeto.

“O atual incidente com o Dalai Lama não é um caso de abuso sexual, e é prejudicial a todos afirmar que seja. Entre muitas outras coisas, fazer isso enfraquece as vozes dos sobreviventes que corajosamente compartilharam suas histórias e revelaram o abuso sistemático, tanto em contextos religiosos quanto em muitos outros”, afirma a declaração.

A declaração expressa solidariedade com a comunidade tibetana dentro e fora do Tibete, cujos sentimentos foram profundamente feridos pelas insinuações deliberadas para manchar a integridade de Sua Santidade o Dalai Lama.

Essa declaração foi publicada em conjunto por Geoffrey Barstow (Professor Associado de História, Filosofia e Religião na Oregon State University), Daniel Berounsky (Professor Associado de Estudos Asiáticos na Charles University), Benjamin Bogin (Professor Associado de Estudos Asiáticos na Skidmore College), Katia Buffetrille (Ecole pratique des hautes etudes, Paris), Jose Cabezon (Professor da Cátedra Dalai Lama de Budismo Tibetano e Estudos Culturais da Universidade da Califórnia), Cathy Cantwell (Membro Associado do Corpo Docente de Estudos Asiáticos e do Oriente Médio da Universidade de Oxford), Hildegard Diemberger (Diretora de Pesquisa da Unidade de Estudos da Mongólia e Ásia Interior da Universidade de Cambridge), Jacob Dalton (Professor de Budismo Tibetano da Universidade da Califórnia em Berkeley), James Duncan Gentry (Professor Assistente do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade de Stanford), David Germano (Professor de Estudos Budistas Tibetanos da Universidade da Virgínia), Janet Gyatso (Professora de Estudos Budistas da Universidade de Harvard), Catherine Hartmann (Professora Assistente de Estudos Religiosos da Universidade de Wyoming), Hanna Havnevik (Faculdade de Humanidades da Universidade de Oslo), Lama Jabb (professor de tibetano da Universidade de Oxford), Sarah Jacoby (professora associada da Northwestern University), Mathew Kapstein (diretor de estudos da Ecole Pratique des Hautes Etudes), Samten Karmay (diretor de pesquisa emérito do Centre national de la recherche scientifique), Donald Lopez (professor de estudos budistas e tibetanos da Universidade de Michigan) e Robert Mayer (Universidade de Oxford).