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Food&Wine | Por Priya Krishna | 18 de Outubro de 2016
No Tibet, colocar manteiga na bebida matutina é uma tradição de séculos. Na região dos Himalaias, em condições de muito frio e de alta altitude, beber o salgado, calórico e energizante po cha – ou chá de manteiga – é um ritual diário que compõe grande parte da muitas vezes esparsa dieta tibetana. “O Tibet é a região de planalto mais alta do mundo, portanto chá é como se fosse um tipo especial de oxigênio para nós”, disse Tsering Tamding la, um chef de cozinha tibetano que mora em Oakland, na Califórnia.
O que é Chá de Manteiga
O chá foi introduzido na região tibetana lá atrás no século X, e o po cha nasceu não tanto como um ritual, mas como um meio de sobrevivência, uma vez que é feito a partir de recursos que estão disponíveis naquela região montanhosa: chá preto cultivado em Pemakoe, no sul do Tibet; manteiga feita com leite dos iaques que vivem nas redondezas; e sal, o tempero primordial. A medicina tibetana também defende há muito tempo a combinação de chá com manteiga como um meio de turbinar a mente e o corpo. Ao contrário da cultura que envolve o chá em países como o Japão, cerimônias complexas cheia de nuances praticamente não existem quando se trata de bo ja – é uma bebida simples e essencial.
Como fazer o Chá de Manteiga?
Embora seja bem simples em relação à lista de ingredientes, o chá de manteiga demanda um certo tempo para ser preparado. O chá preto é a base; é preferível uma variedade especial produzida em Pemakoe, já que proporciona uma base robusta e meio esfumaçada para receber a mistura de leite concentrado. Um tijolinho dessas folhas de chá fica então de molho por uma quantidade bem razoável de tempo – “até que a cor se torne quase preta”, segundo Tamding la. Isso pode levar metade de um dia. O chá, então, é despejado em um recipiente térmico especial feito de bambu. Acrescentam-se algumas colheres de manteiga, um punhado de sal e, às vezes, um pouco mais de leite. “Bata tudo junto, como se fosse um coquetel” – ensina Tamding la. Embora leite de vaca seja utilizado de vez em quando, o mais comum mesmo é usar o leite de iaque, que é mais rico e menos doce – resultado da dieta do iaque do Himalaia, que é bastante concentrada em grama e arbustos. Além do sabor em si, Tamding la afirma que a manteiga é muito apreciada na cultura tibetana porque simboliza “riqueza, prosperidade e algo que dura bastante tempo”.
O resultado final é um chá que mais parece uma sopa bem encorpada do que um chá propriamente dito. E é assim mesmo que deve ser consumido: em tigelas fundas que são continuamente reabastecidas – uma única tigela demanda várias centenas de goles. Quanto ao sabor, pode ser um pouco inusitado no início por não ser quase nada doce, mas Tamding la explica que isso é comum para os tibetanos, uma vez que a gastronomia deles tende a não ser muito doce. A irmã de Tamding la, Tashi, acrescenta: “É como uma sopa leve ligeiramente salgada. Não é muito pesado – não tem gosto nenhum de creme ou manteiga. É, na verdade bem, suave e rico. No clima frio, você fica bem satisfeito”.
“Nossos pais e avós e nossos antepassados todos tomavam [chá de manteiga], disse Tashi Tamding la. “Da mesma forma que os americanos tomam o café da manhã deles, nós tomamos o nosso chá de manteiga”.
O que comer com o Chá de Manteiga
Assim como uma sopa, po cha é muitas vezes consumido puro ou com um pedaço de pão, de acordo com Tamding la. Mas há também um costume que é comum de despejar o chá na tsampa, ou farinha de trigo, para fazer um ensopado bem parrudo.
*Artigo adaptado do original
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